Batedores,
agricultores, industriais, comerciantes, poder público, pesquisadores e
exportadores, todos os agentes envolvidos na produção e venda de açaí no Pará,
participam, até amanhã, do II Simpósio Internacional da Cadeia Produtiva do
Açaí (Sinter). O evento acontece no auditório do Instituto de Ciências
Jurídicas da Universidade Federal do Pará (ICJ/UFPA) e já conta com mais de 300
participantes, segundo informou a assessoria da universidade.
Mais que um
encontro, o Sinter é uma reunião de todos os envolvidos na produção e comércio
de açaí e um dos objetivos do evento é escrever uma carta de intenções que
aponte soluções para os gargalos da cadeia produtiva do fruto que já conquistou
mercados em todo o mundo.
“Queremos propor uma interação entre as pessoas
ligadas às políticas públicas, agricultores, batedores e pesquisadores para
discutir e ao final apresentar como resultado do simpósio uma carta de
intenções. O documento será distribuído para os atores que trabalham na cadeia
produtiva do açaí para que sirva de direcionamento de futuras ações, tanto
governamentais quanto de pesquisa”, explica Jesus Souza, coordenador do evento
e professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do
Pará (UFPA) e do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
da instituição (PPGCTA).
Segundo as pesquisas coletadas pelo ICJ/UFPA, além de
ícone da cultura paraense, o açaí também tem um importante papel econômico para
o Estado. Atualmente, o Pará mantém 154 mil hectares e cerca de 12,8 mil
propriedades rurais onde o açaí é produzido. A cada ano, mais de um milhão de
toneladas do fruto são produzidas e a exportação do produto representa R$ 225
milhões para a economia do Estado a cada ano.
“O diferencial deste evento em
relação aos demais e mesmo em relação a sua primeira edição, é que ele não é
apenas acadêmico.Queremos reunir o maior número possível de pessoas que atuam
nesta cadeia produtiva para debater, descobrir situações e propor soluções que
possam ajudar a melhorar a produção, facilitar o comércio e aperfeiçoar a
qualidade do produto que chega aos consumidores”, explica Jesus Souza.
Batedor
de açaí, Bianor Assunção trabalha há mais de 30 anos com o produto em Belém e
está entre as dezenas de pequenos comerciantes que vendem a polpa do açaí e que
participam do Simpósio. Para ele, a produção já teve muitos avanços, mas ainda
há muito o que ser aperfeiçoado para garantir que a qualidade seja a principal
característica do açaí que chega às mesas da população.
“Antes, trabalhávamos
de forma aleatória e agora os batedores possuem novas informações, como o
branqueamento e o manuseio correto do fruto. E simpósios como este ajudam na
obtenção de mais conhecimentos na área. Um evento com esta magnitude traz
conhecimento, oportunidades e benefícios à cadeia produtiva de açaí”,
enfatizou.
Fonte: O Liberal.