O desmatamento na
Amazônia disparou no último ano, chegando a 7.989 km². É o mais alto valor
desde 2008, ano em que o combate ao problema se tornou mais efetivo e as taxas
anuais de perda da floresta começaram, gradualmente, a cair. E é a primeira vez
desde 2010 que a destruição do bioma supera a marca dos 7 mil km².
Os dados do
Prodes, sistema de monitoramento por satélite que fornece o balanço anual do
desmatamento na região, foram divulgados ontem pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe). O valor observado entre agosto de ano passado e
julho deste ano (período em que é medido o desmatamento) é 29% maior que o
período de agosto de 2014 a julho de 2015, que tinha registrado perda de 6.207
km².
O governo federal
já trabalhava há alguns meses com a expectativa de que a perda da floresta iria
subir muito além da média que tinha se estabelecido nos últimos anos e já
estudava novas medidas para o combate ao desmatamento. Na manhã de ontem, o
ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, apresentou algumas dessas propostas,
com novidades no Cadastro Ambiental Rural.
O INPE realiza o
monitoramento sistemático na Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas
anuais de desmatamento na região, que são usadas pelo governo brasileiro para
avaliação e estabelecimento de políticas públicas relativas ao controle do
desmatamento ilegal. Os dados são imprescindíveis para toda a sociedade e
embasam ações como a Moratória da Soja e Termo de Ajuste de Conduta da cadeia
produtiva de carne bovina, entre outras iniciativas.
O mapeamento
utiliza imagens do satélite Landsat (30 metros de resolução espacial e
frequência de revisita de 16 dias) ou similares, numa combinação que busca
minimizar a cobertura de nuvens, para registrar e quantificar desmatamentos com
áreas maiores que 6,25 hectares. Considera-se como desmatamento a remoção
completa da cobertura florestal primária por corte raso, seguida ou não por
ocorrência de fogo e independentemente da futura utilização destas áreas.
CAXIUANÃ
O Serviço
Florestal Brasileiro (SFB) assinou contratos de concessão, ontem, que permitem
o manejo florestal sustentável em três unidades de manejo florestal (UMF) na Floresta
Nacional do Caxiuanã, localizada nos municípios de Portel e Melgaço, no Pará.
As unidades somam 176 mil hectares e serão operadas pelas empresas Benevides
Madeiras Ltda (UMF I e UMF II) e Cemal Comércio Ecológico de Madeiras (UMF
III).
Segundo
comunicado do SFB, as empresas vencedoras da concorrência ofereceram ágio de
até 130% sobre o valor mínimo de R$ 57 por metro cúbico de madeira extraída
previsto pelo edital. Além do valor oferecido pela madeira, a concorrência
levou em conta as propostas técnicas apresentadas pelas empresas, o que inclui
aspectos como redução do impacto ambiental, geração de empregos e grau de processamento
local da madeira.
O SFB informa,
ainda, que Caxiuanã foi a primeira Floresta Nacional criada na Amazônia e é
considerada uma área com vocação para a produção madeireira, já que está
localizada entre os Rios Xingu e Anapu, o que facilita o escoamento da
produção. A expectativa é que as três unidades de manejo produzam cerca de 180
mil metros cúbicos de madeira por ano.
Fonte: O Liberal.