A Agência de
Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) promoverá ações educativas de orientação
para produtores em trânsito pela Companhia de Portos Hidroviários do Pará, em
julho. O objetivo é evitar, entre outras coisas, a entrada e disseminação da
mosca da carambola (Bactrocera carambolae), praga que atinge principalmente
frutas como manga, goiaba, acerola, caju, carambola e jambo. A ação acontecerá
em todas as sextas-feiras de julho, abordando pragas como o ácaro vermelho,
raiva e peste suína.
Nas férias
escolares de 2016, a média de 2.300 passageiros circulou pelos portos por dia.
Durante as férias há um aumento no trânsito de embarcações interestaduais entre
os estados do Pará, Amapá e Amazonas, além de maior fluxo intermunicipal de
passageiros. Algumas ações já foram feitas nas regiões do Baixo Amazonas e
Marajó - municípios de Almeirim, Portel, Curralinho, Gurupá, Porto de Moz e
Breves - escolhidos por serem locais estratégicos para o trabalho.
São feitas
palestras em escolas, reunião com agentes comunitários de saúde, abordagem em
embarcações para orientação de tripulantes e passageiros, até entrevistas em
emissoras de rádio e tevê, avisos em igrejas, orientações nas residências,
terminais hidroviários e outros pontos.
Segundo o
engenheiro agrônomo e gerente de Educação Sanitária da Adepará, Rafael Haber,
esse tipo de ação busca promover uma mudança de comportamento, pois esclarece à
população sobre os aspectos legais, trânsito de frutos, danos econômicos e os
problemas sociais gerados pela mosca da carambola.
Entre as
recomendações está o cuidado para não transportar os frutos que servem como
hospedeiros em viagens interestaduais. No Pará, mais de 20 espécies de frutas
servem como hospedeiras da praga. A mosca tem um ciclo de vida de 126 dias e
produz de 1.200 a 1.500 ovos durante esse período. “A ação educativa é
fundamental para diminuirmos a incidência das pragas, alertando os
proprietários das embarcações e os passageiros sobre os riscos inerentes ao
transporte de frutos potencialmente infestados e que podem trazer prejuízo para
a fruticultura do Estado”, explicou Rafael Haber.
A
Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Pará (SFA/
PA) proibiu a saída de frutas frescas de espécies hospedeiras da mosca da
carambola, produzidas nos municípios onde ocorreram focos da praga, conforme a
Portaria nº 55 de 15 de maio de 2014, publicada no Diário Oficial da União, por
conta do risco de disseminação para as outras cidades.
A portaria
estabelece ainda a criação de duas áreas: área de quarentena e uma zona tampão.
A saída das frutas hospedeiras da zona tampão somente é autorizada quando
acompanhada de Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) ou de Guia de Trânsito
Vegetal (GTV) em se tratando de trânsito interno. Conforme a portaria, as
empresas de transporte aéreo, terrestre, marítimo ou fluvial poderão ser
responsabilizadas pelo transporte de material hospedeiro, em caso de não
cumprimento da determinação.
Fonte: O Liberal.