O Programa de
Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Seringueira poderá ser reativado no
Pará. Esse é o anseio dos produtores do Marajó que estiveram nesta terça-feira,
19, na Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), com o
secretário Giovanni Queiroz. Eles querem o apoio do governo do Estado para
conseguir recursos federais com o fim de viabilizar a produção de borracha na
região.
O
programa da Sedap, que chegou a ser incluído no plano federal de
Desenvolvimento Territorial Rural, começou em 2013 no município de Anajás, mas
parou no ano seguinte por causa da mudança de governo e de prioridades. Hoje os
produtores querem a reativação dos seringais nativos do Marajó, que possui 30
milhões de árvores em seis municípios, 10 milhões só em Anajás, onde será
desenvolvido o projeto piloto com produção de borracha, açaí e essência de
óleos vegetais.
A
área para o plantio já está pronta, mas não tem a estrutura necessária para
absolver a produção de borracha e precisa de uma pequena agroindústria para
beneficiar o açaí e extrair o óleo vegetal. O programa já cadastrou duas mil
famílias de produtores, 400 só na área de seringueira. Cada um tem capacidade
para produzir meia tonelada de borracha por mês, mas o projeto está parado por
falta de comprador.
“A
produção tem mercado garantido porque o Brasil importa 160 mil toneladas de
borracha anualmente da Malásia e Indonésia”, informou o agrônomo Paulo Soares,
da Federação Agropecuária do Pará (Faepa), que assessora a prefeitura de
Anajás. O secretário de Agricultura do município, Ozemar Alves, disse que “o
projeto é a esperança de crescimento de Anajás, que tem 90% da população de 30
mil habitantes abaixo da linha de pobreza”.
O
secretário Giovanni Queiroz vai tentar viabilizar linhas de microcrédito no
Banco do Estado Pará (Banpará) para atender os produtores e sugeriu também os
recursos do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf-Floresta), “mas é
preciso que os agricultores estejam adimplentes junto às instituições
financeiras para recuperar o crédito bancario”, alertou.
Fonte: AGPA