A Mobilização Municipalista, em
Brasília, continua sua programação nesta quarta-feira, 22 de novembro, com uma
grande concentração no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. Centenas
de prefeitos de todo o país estão reunidos para buscar a aprovação de medidas
que desafoguem os Municípios, submergidos na crise.
Localizado ao Norte do Estado da
Bahia, Itiúba possui cerca de 40 mil habitantes e tem vivenciado um momento
dramático. Segundo a prefeita Cecília Petrina, mais de 70% da população reside
na zona rural, onde a falta de água é uma constante.
"Vivemos em uma cidade
situada em cima de pedras. Até para escavar poços e captar água é difícil,
porque essas rochas são salinizadas. Elas têm um índice muito alto de calcário,
de ferro", explicou a prefeita.
Apesar dos esforços de armazenar
a água em cisternas e barreiras, os poços perfurados não resistem por muito
tempo. Além disso, a falta de recursos pressiona ainda mais os cofres da
prefeitura.
"Não é faço nessa conjuntura
de crise bater as contas nesse final de ano. Pela primeira vez na minha vida,
eu que já fui prefeitas outras vezes, se a gente não conseguir um auxílio
emergencial, nós vamos passar maus momentos", desabafou Petrina.
A concessão de um Auxílio
Emergencial aos Municípios (AFM) é um dos principais pleitos da Mobilização
Municipalista em Brasília, que acontece nesta quarta-feira, 22 de novembro.
Entretanto, a Confederação luta por outros temas, também lembrados pelos
participantes.
O prefeito de Grão Mogol (MG),
Hamilton Gonçalves, falou sobre as dificuldades na área de Educação. "O
aumento do piso dos professores é o problema maior nosso, que impacta a folha
de pagamento. Aconteceu no ano passado e se não mudar as regras deve acontecer
no próximo ano de novo", alertou.
Gonçalves disse ainda que os
recursos recebidos para custeio do transporte escolar têm sido insuficientes. O
reajuste dos programas federais também consta na pauta prioritária da campanha
Não deixem os Municípios afundarem.
Somente palavras
Ao final, o prefeito de Jaguaribe
(CE), José Abner, reforçou o propósito do movimento. "Nós viemos pedir que
tirem do discurso apenas a questão federalista. Nós precisamos, de fato, para
resolver os problemas dos Municípios, que é onde as pessoas moram, é que se
acabe a prática de repassar obrigações sem repassar o custeio. Esse discurso de
'sou municipalista' sem fazer nada a respeito já passou do tempo",
completou.