Equipes do Grupamento Fluvial de Segurança
Pública (Gflu) participam de uma operação no Parque Estadual do Charapucu,
localizado no município de Afuá, no Arquipélago do Marajó, em apoio à
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que coordena as ações de
fiscalização. A operação, que teve início no último dia 18, conta ainda com a
participação da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), da Polícia
Civil, e do Batalhão de Polícia Ambiental, da Polícia Militar. O objetivo é
intensificar as ações de vistoria e fiscalização na área.
Equipes da Diretoria de Atendimento a
Grupos Vulneráveis e da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), ambas da
Polícia Civil, e do Programa Pro Paz também participam da operação, a fim de
reforçar o enfrentamento a crimes sexuais contra crianças e adolescentes na
região marajoara.
Na primeira semana de trabalho, as equipes
fizeram ações preventivas e de investigação, abordando embarcações e
comunidades ribeirinhas, com a finalidade de identificar áreas de extração de
madeira e atividades de serrarias ilegais nas regiões próximas. Outros crimes
também foram investigados no local, como roubos de cargas, pirataria, trabalho
infantil, prostituição infanto-juvenil e tráfico de animais silvestres, nos
rios localizados às margens dos municípios de Afuá, Breves e Anajás.
Já foram fiscalizadas dez serrarias, e
todas foram autuadas e interditadas pela polícia. Nove termos circunstanciados
de ocorrência foram lavrados, além de um flagrante de posse de arma de fogo e
um inquérito de crime ambiental e posse ilegal de arma de fogo. Durante a ação
de fiscalização, as equipes resgataram dois filhotes de onça, uma pintada e uma
preta, ambas com cerca de 2 meses de idade. Os animais foram encontrados em
casas de moradores ribeirinhos e, em seguida, receberam tratamento médico
veterinário, foram amamentados e encaminhados ao Centro de Triagem de Animais
Silvestres (Cetas), órgão gerenciado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Macapá.
Em Anajás, as equipes da Diretoria de
Atendimento a Grupos Vulneráveis, Data e Pro Paz fizeram dois termos
circunstanciados de ocorrência e um inquérito, com pedido de prisão preventiva,
que foi cumprida na zona rural do município, com o apoio de policiais do
Grupamento Fluvial. Segundo o gerente do Parque Estadual Charapucu, Júlio César
Meyer Júnior, “a operação está sendo um sucesso. Uma ação interinstitucional é
interessante porque possibilita a intervenção do Estado em diversas frentes,
tanto na área ambiental quanto na segurança pública”, enfatizou.
O delegado Dilermando Dantas Júnior,
diretor do Gflu, disse que as equipes operacionais do grupamento estão fazendo
várias operações no Arquipélago do Marajó, em conjunto com órgãos parceiros
como a Sema, Pro Paz e outras delegacias especializadas. “Operações como esta
são importantes para o reforço da segurança nas comunidades ribeirinhas do
Marajó”, ressaltou, informando que, na última segunda-feira (25), foi feita uma
audiência pública na Câmara Municipal de Afuá, com a presença dos vereadores,
de representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, prefeitura, Dema, Sema
e de moradores da região do Parque Charapucu.
Durante a reunião, foram esclarecidos os
procedimentos que estão sendo adotados ao longo da operação, garantindo a
transparência das ações no parque. “Há três anos, a Secretaria de Meio Ambiente
vem fazendo um trabalho técnico, educativo e de conscientização naquela unidade
de conservação, em conjunto com as famílias que moram dentro dos limites do
parque e as que moram no entorno”, informou o delegado.
O Parque Estadual do Charapucu é uma
unidade de conservação com uma área de 65.181,84 hectares. Na vegetação da
área, predominam a floresta de várzea e o igapó. O parque foi criado em
dezembro de 2010, pelo Decreto Estadual nº 2.592. A categoria de unidade de
conservação/ parque é uma das doze previstas no Sistema Nacional de Unidades de
Conservação, por meio da Lei nº 9.985/ 2000. O parque visa à preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica,
possibilitando pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de
educação ambiental e de recreação, em contato com a natureza, turismo ecológico
e, principalmente, a proteção ambiental de fauna e flora nativas, algumas em
fase de extinção.