Dalcídio Jurandir, nasceu na Vila de Ponta
de Pedras, Ilha de Marajó, Pará, no dia 10 de janeiro de 1909. Filho de Alfredo
do Nascimento Pereira e Margarida Ramos.
1910
Muda-se para Vila de Cachoeira, na mesma
ilha, onde o pai exerce o cargo de secretário da Intendência Municipal, passa a
infância e aprende as primeiras letras em casa, com a mãe.
1916
Entra na Escola Mista Estadual dirigida
pela professora Lucinda Simões. Em casa, lê alguns livros da estante do seu
pai.
1921
Freqüenta o curso primário do professor
Francisco Leão.
1922
Segue para Belém, onde se matricula no
terceiro ano elementar do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, hospedando-se em
casa de parentes.
1924
Obtém o certificado de estudos primários.
1925
Matricula-se no Ginásio Paes de Carvalho,
sem fazer os preparatórios, devido à situação financeira e por inibição
1927
Cancelada sua matrícula no ginásio, não
concluindo o segundo ano.
1928
Viaja para o Rio de Janeiro a bordo do
navio Loide Duque de Caxias.
No Rio, sem meios de sobrevivência,
trabalha como lavador de pratos no Café e Restaurante São Silvestre, á Rua
Conselheiro Zacarias, no bairro da Saúde.
Semanas depois, é admitido como revisor,
sem remuneração, na redação da Revista Fon-Fon. Regressa a Belém a bordo do mesmo
navio, onde trabalha na copa.
Enquanto isso, seu amigo Doutor Raynero
Maroja empresta-lhe livros de clássicos portugueses e de poetas nacionais,
lendo Fialho, Castilho, Augusto dos Anjos, Guerra Junqueira, Cruz e Souza, e
Balzac, dentre outros.
1929
Sendo Raynero Maroja intendente Municipal
de Gurupá, no Baixo Amazonas, nomeia-o secretário tesoureiro da Intendência
Municipal, seguindo para Gurupá em outubro.
Escreve a primeira versão de Chove nos
Campos de Cachoeira.
1930
Deixa o cargo em novembro, indo trabalhar
num barracão comercial à margem do rio Baquiá, região das Ilhas, município de
Gurupá.
Dalcídio, ensina as primeiras letras aos
dois filhos do proprietário do barracão: Paes Barreto, o qual se tornara seu
amigo.
1931
Conclui um livro de contos e um romance,
onde narra lembranças da infância em Marajó. Faz versos e descreve paisagens.
Retorna a Belém, sem emprego. Graças a
amigos, é nomeado auxiliar de gabinete da Interventoria do Estado.
Colabora nos jornais: O Imparcial, Crítica
e Estado do Pará.
1932
É transferido como 1º oficial para a
Secretaria da Polícia Civil, mas pede para ser lotado como 2º oficial, na
Diretoria de Educação e Ensino, no que é atendido.
1933
Promovido a 1º oficial da mesma Diretoria.
Exerce a função de secretário da Revista Escola.
1935
Aos 26 anos, casa-se com Guiomarina Luzia
Freire.
Colabora nas Revistas Guajarina e a Semana,
e no jornal Estado do Pará.
É preso, incomunicável, por suas idéias
esquerdistas, tendo participado ativamente do movimento da Aliança Nacional
Libertadora, conseguindo, a custo levar consigo o Dom Quixote, de Cervantes,
que lê na prisão, nos dois meses que lá permanece.
1936
Nasce seu primeiro filho, Alfredo..
1937
Alfredo falece aos onze meses.
Nasce no mês de agosto, João Sérgio,
segundo filho.
Novamente preso na cadeia de São José,
devido a campanha contra o facismo, permanecendo três meses.
1938
Volta às suas funções na Diretoria de
Educação e Ensino.
1939
Vai para Salvaterra, Marajó, exercendo em
comissão o cargo de Inspetor Escolar.
Reescreve Chove nos Campos de Cachoeira e
escreve seu segundo romance, Marinatambalo, que publicará mais tarde sob o
título de Marajó.
Colabora nas revistas: Terra Imatura e Pará
Ilustrado.
1940
Nasce no mês de maio, José Roberto,
terceiro filho.
Segue para Santarém, Baixo Amazonas, para
exercer as funções de secretário da Secretaria do Recenseamento.
Obtém o primeiro lugar no concurso
literário instituído pelo jornal Dom Casmurro e pela Editora Vecchi,
concorrendo com quase uma centena de escritores.
Faziam parte da comissão julgadora: Jorge
Amado, Raquel de Queiroz, Oswaldo de Andrade, Álvaro Moreyra.
1941
É lançado no Rio de Janeiro, pela Editora
Vecchi, Chove nosCampos de Cachoeira.
Regressa a Belém. Trabalha na Delegacia de
Recenseamento.
Viaja para o Rio de Janeiro, estabelecendo
residência com sua família.
1942
Nasce sua filha Margarida Maria.
Trabalha na redação do jornal O Radical.
1943
É redator do semanário político Diretrizes,
assina colunas, faz reportagens.
1944
Sendo fechada Diretrizes, passa a redigir
textos publicitários e legendas para filmes de educação sanitária no Serviço
Especial de Saúde Pública-SESP. Colabora nos jornais: Diário de Notícias, no
Correio da Manhã e na revista Leitura.
1945
Faz parte da redação do Jornal Tribuna
Popular. Colabora no O Jornal e na revista O Cruzeiro.
1946
Redator do jornal Tribuna Popular. Colabora
no semanário A Classe Operária.
1947
Seu segundo romance, Marajó, é editado pela
Livraria José Olympio Editora, sendo tão aclamado pela crítica considerado
importante documento etnográfico e socilógico, além de suas qualidades como
obra humana e literária.
1950
Como repórter do jornal Imprensa Popular,
viaja para o Rio Grande do Sul onde faz pesquisas acerca do movimento operário
do porto do Rio Grande, já concatenando as idéias para o livro Linha do Parque,
que escreve entre 1951 a 1955.
1952
Viagem á União Soviética, fazendo parte de
uma delegação de escritores e jornalistas.
1953
Viaja ao Chile para participar do Congresso
Continental de Cultura.
1956
Trabalha na redação do semanário Para
Todos, sob a direção de Jorge Amado.
1958
Publica pela Livraria Martins Editora, seu
terceiro romance Três Casa e Um Rio.
1959
Publica o romance Linha do Parque, pela
Editorial Vitória.
Este livro não pertence a série
Extremo-Norte.
1960
Publica Belém do Grão Pará, pela Livraria
Martins Editora, com o qual recebe o prêmio Paula Brito, da Biblioteca do
Estado da Guanabara e o prêmio Luiza Cláudio de Souza, instituído pelo Pen
Clube do Brasil.
1961
Falece aos 24 anos, seu filho João Sérgio.
1962
É lançado em Moscou, a edição russa do
livro Linha do Parque, apresentado por Jorge Amado.
1963
Publica Passagem dos Inocentes, pela
Livraria Martins Editora, quinto romance da série Extremo-Norte, planejada para
dez volumes.
1967
Conclui o romance, Os Habitantes
1968
Publica Primeira Manhã, pela Livraria
Martins Editora.
Conclui Chão do Lobos, penúltimo romance da
série Extremo-Norte.
1970
Conclui Ribanceira, último romance da
série.
1972
Recebe o prêmio Machado de Assis, pelo
conjunto de obras, concedido pela Academia Brasileira de Letras.
1973
Recebe o título honorífico de Honra ao
Mérito, da Assembléia Legislativa do Estado do Pará, pelos serviços prestados
como escritor e jornalista.
1974
O livro Belém do Grão Pará, é publicado em
Portugal pela Publicações Europa-América, com preâmbulo do escritor português
Ferreira de Castro.
1976
É lançada a segunda edição de Chove nos
Campos de Cachoeira, pela Livraria Editora Cátedra.
Publica Os Habitantes pela Editora
Artenova.
Publica Chão de Lobos, pela Distribuidora
Record Editora.
1978
Publica Ribanceira, pela Distribuidora
Record Editora.
1979
Falece no dia 16 de junho, na cidade do Rio
de Janeiro,com a doença mal de Parkinson, que a considerava cruel, pois afetava
o que era sua riqueza única: o cérebro.
O prefeito do Rio de Janeiro, Israel
Klabin, dá seu nome a uma rua da Barra da Tijuca.
Foi sepultado no Cemitério São João Batista
– Botafogo – RJ.
1984
Reedição de Passagem do Inocentes –
Falângola Editora
1987
Reedição de Linha do Parque – Falângola
Editora
1990
É assinado contrato de cinco anos, no Rio
de Janeiro, entre e viúva Guiomarina Freire Pereira e a Editora Cejup, para
reeditar toda a sua obra.
1991
Publicado o livro Chove nos Campos de
Cachoeira- 3ª edição
Editora Cejup.
1992
Publicao o livro Marajó – 3ª edição-Editora
Cejup.
1994
Publicado o livro Três Casas e Um Rio – 3ª
edição-Editora Cejup.
Falece Guiomarina Freire Pereira na cidade
de Areal-RJ onde residia seu filho, José Roberto.
1998
Edição Crítica de Chove nos Campos de
Cachoeira – Universidade da Amazônia-UNAMA.
2001
Concorreu com outras personalidades ao
título de “Paraense do Século”.
Colóquio Dalcídio Jurandir, em homenagem
aos 60 anos da primeira edição de Chove nos Campos de Cachoeira.
2003
Doado pelos herdeiros, o acervo do escritor
à Fundação Casa de Rui Barbosa.
No dia 10 de dezembro, foi fundado o
Instituto Dalcídio Jurandir, na cidade do Rio de Janeiro.
2004
Reedição do livro Belém do Grão Pará, em
co-edição da Fundação Casa de Rui Barbosa e Universidade Federal do Pará.
Patrono da VIII Feira Pan-Amazônica do
Livro.
2006
Publicado o livro Dalcídio Jurandir –
Romancista da Amazônia(Literatura e Memória) – Parceria Secretaria de Cultura
do Pará-SECULT e Fundação Casa de Rui Barbosa.
2008
O Governo do Estado do Pará, instituiu o
Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir através da Fundação Cultural Tancredo
Neves.
Extinção do Instituto Dalcídio Jurandir.
Foi criada a Casa de Cultura Dalcídio
Jurandir no dia 15 de dezembro na cidade de Niterói RJ, assumindo como
presidente e vice-presidente seus filhos José Roberto Freire Pereira e
Margarida Pereira Benincasa, respectivamente.
2009
Centenário de Nascimento
Fonte:
Dalcidio Jurandir
Comunicação/AMAM