A Superintendência do Sistema Penitenciário
do Pará (Susipe) entregou, em julho do ano passado, a primeira unidade
prisional do arquipélago do Marajó, o Centro de Recuperação de Breves (CRB),
com capacidade para 128 detentos. A obra, que recebeu investimentos de mais de
R$ 4 milhões, tem área total de 1.490 metros quadrados. No total, são 31 celas
revestidas com telhado de proteção térmica, sendo 20 celas coletivas para seis
detentos, sete celas individuais para internos com nível superior, uma cela
para portadores de necessidades especiais (PNE) e ainda três celas reservadas
para visitas íntimas.
O prédio conta com uma área para banho de
sol, um ambulatório, dois consultórios médicos (um odontológico e outro clínico
geral), um refeitório, uma cozinha, um parlatório e uma sala para os agentes
prisionais. Uma novidade no CRB é o sistema de monitoramento dos internos.
Nessa unidade, os agentes prisionais acompanham e fiscalizam a movimentação dos
detentos no interior das celas de um andar superior, o que garante um maior
nível de segurança contra tentativas de fugas. A nova unidade também tem um
sistema de proteção contra incêndio para a prevenção de acidentes.
Para o major PM Helderley Souza, diretor do
CRB, a unidade tem importância fundamental para a região, uma vez que, até
então, as delegacias dos municípios do Marajó encontravam-se completamente
lotadas de presos, os quais, muitas vezes, precisavam ficar em condições
impróprias de custódia. “Certamente, o Centro já está desafogando
principalmente as delegacias dos municípios que circundam Breves, como Portel,
Curralinho e São Sebastião, que estavam superlotadas, o que, entre outras
coisas, acaba prejudicando até mesmo o trabalho de investigação por parte da
Polícia Civil. A nova unidade iniciou um processo novo de humanização da
situação carcerária no Estado, já que abriu novas vagas para que esses presos,
provisórios ou sentenciados, pudessem vir para cá e ficar adequadamente
custodiados”, ressaltou.
A auxiliar de serviços gerais Maria
Creusalina Pena, de 40 anos, viajou do município de Anajás, também no Marajó,
para visitar o filho, detido há seis meses. Emocionou-se ao reencontrar o rapaz
pela primeira vez desde a prisão, mas garantiu que o fato de encontrá-lo em um
centro de recuperação limpo, arejado e bem equipado trouxe mais tranquilidade
para a família. “Eu achei que é uma estrutura boa, com pessoas boas, que me
atenderam muito bem. O meu filho mesmo me disse que está sendo bem tratado e que
não devo me preocupar, por isso, eu fico mais tranquila, embora esta não seja
uma situação fácil. Mas só de saber que o meu filho está sendo bem cuidado, já
fico mais aliviada”, enfatizou.
Até o final de 2014, o Pará terá cerca de
seis mil novas vagas no Sistema Penitenciário, com a criação de mais 22 Casas
Penais, em 18 municípios paraenses. Os investimentos totalizam R$ 115 milhões
de reais.
Fonte: AGPA.