NOTÍCIAS DE BREVES
15/10/2014
Breves
EXPERIÊNCIA EM HUMANIZAÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL DO MARAJÓ GANHA DESTAQUE EM CONGRESSO DE ENFERMAGEM.
 

O hábito tipicamente amazônico de dormir em redes está sendo aplicado no processo de Humanização do Hospital Regional Público do Marajó, localizado em Breves. A experiência será apresentada no 66º Congresso Brasileiro de Enfermagem, que acontecerá no final do mês, em Belém. No HRPM, as redes são usadas pelas mães que acompanham os filhos na UTI Neonatal, pelos bebês prematuros que ainda necessitam de incubadoras, e também em casos especiais, como o de uma paciente que nunca havia dormido em cama e precisou ser internada no Centro de Terapia Intensiva, numa experiência inédita no Brasil.

O assistente social Igor Cruz, responsável pelo setor de Humanização do HRPM, explica que o hospital adotou as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Humanização em todas as instâncias do SUS. E destaca que a regionalização desta política é uma meta dentro do HRPM, onde foi instalado um redário para as mães que acompanham as crianças internadas no Centro de Terapia Intensiva do Hospital.

“Como estamos localizados em uma região onde grande parte da população é de origem ribeirinha e a cultura de dormir em redes é muito forte, nós adaptamos um espaço do hospital para que as acompanhantes pudessem ficar mais confortáveis”, explica o assistente social.

A experiência deu certo e foi aprovada tanto pelas acompanhantes quanto pelos pacientes adultos. A professora Natália Santos Diniz, 30 anos, deu à luz a pequena Letícia, no dia 24 de setembro. Embora nascida de um parto normal, a criança apresentava problemas respiratórios e precisou ficar internada para acompanhamento médico. Desde então a mãe passou a acompanhá-la. “A estrutura daqui é muito boa e por ser um hospital regional as redes foram uma excelente ideia, pois muita gente que vem de longe as prefere para dormir”, comenta.

É o caso de Mauriane Cardoso dos Santos, 24 anos, que mora em uma comunidade à margem do Soiai, entre os municípios de Breves e Melgaço, onde só é possível chegar por via fluvial. Ela é mãe de Rafael, nascido no dia 27 de setembro. O bebê também precisou ficar na UTI recebendo cuidados médicos intensivos e, em razão da distância do local onde mora, Mauriane decidiu ficar no hospital acompanhando o filho. “Ele nasceu com uma 'canseira' (problema respiratório) e foi transferido para cá. Desde então eu fico direto aqui com ele. O Hospital me dá o café, almoço e janta, e eu durmo junto das outras mães no redário”, explicou.

A experiência com redes no Centro de Terapia Intensiva acabou por destacar o trabalho dos enfermeiros Thiago Amaral, Daise Miranda e Marcelo Williams, que acompanham os pacientes internados na unidade. Essa experiência inusitada chamou a atenção dos coordenadores do Congresso Brasileiro de Enfermagem, que convidou os três para relatarem essa vivência, com destaque para o caso da paciente vinda da zona rural de Breves que nunca tinha dormido em cama e solicitou ao hospital uma rede.

“A direção do hospital considerou relevante a reivindicação da paciente, afinal seria muito desconfortável para ela permanecer em um leito de hospital sem o conforto necessário. Por conta disso providenciamos um descanso de rede dentro da Terapia Intensiva. O resultado foi bastante positivo. Conseguimos mantê-la monitorizada todo o tempo em que permaneceu aqui e pudemos constatar que os parâmetros vitais dela melhoraram consideravelmente”, explicou Igor Cruz.

Alta e Média Complexidade

O Hospital Regional Público do Marajó (HRPM) conta com uma equipe de 438 colaboradores, diretos e indiretos, que acompanham uma média mensal de 220 internações - o equivalente a 1.571 pacientes/dia. No setor de Pediatria, os casos mais comuns são de pneumonia, insuficiência respiratória aguda, desnutrição e desidratação grave. Na UTI Neonatal são atendidos os casos de prematuros extremos.

O HRPM dispõe de 70 leitos, onde os pacientes recebem atendimentos nas mais diversas especialidades como obstetrícia, cirurgia, ortopedia, oftalmologia, cardiologia, clínica médica, além de exames laboratoriais, por imagem e métodos gráficos.

O estabelecimento oferece também centro cirúrgico e obstétrico, com três salas - uma para reanimação, um ambiente de pós-operatório e uma sala de pré-operatório. O usuário ainda dispõe de uma unidade de ambulatório com cinco consultórios.

Assim como nos demais hospitais regionais do Pará, para obter atendimento os pacientes são referenciados do Hospital Municipal e passam por avaliação da Central Regional de Regulação. De acordo com cada caso e a oferta de vagas em leitos, é validado o encaminhamento do paciente para atendimento no Hospital Regional do Marajó.

Serviço: O HRPM dispõe de atendimento ambulatorial de segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas. O hospital está localizado na Av. Rio Branco, 1.266, Centro. Informações: (91) 3783-2140 / 3783-2127.

Fonte: AGPA.

Comunicação/AMAM
 
  
 
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