A Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Pará (Emater) auxilia 100 extrativistas de camarão da Ilha das Araras,
localizada a cerca de seis horas de barco da sede do município de Curralinho,
no Marajó, no manejo sustentável na retirada dos crustáceos do Rio Pará, e
assim garantir o desenvolvimento adequado da atividade. No período de um ano,
estima-se que os extratores retirem semanalmente mais cinco toneladas de
camarão, incrementando a renda familiar.
A demanda chegou aos técnicos da Emater
depois que os extrativistas se depararam com uma queda brusca na produtividade.
Segundo o engenheiro de pesca que atende a comunidade, Gustavo Lima, a
reclamação era também pela diminuição do tamanho do camarão, o que impactava o
rendimento das famílias. Antes de constatar a queda na produtividade, as
famílias retiravam juntas por semana uma média de cinco toneladas, que eram
vendidas para os mercados de Belém e Abaetetuba.
Um projeto foi elaborado pela Emater para que
os ribeirinhos pudessem ter a fonte de renda restabelecida. Com o manejo
sustentável, os extrativistas mudam a forma de captura do crustáceo, observando
o tamanho do animal. “Eles usando o matapi com um espaçamento entre as talas,
assim, os camarões de tamanho pequeno acabam por serem automaticamente
liberados, ficando dentro apenas os que têm tamanho médio para serem
retirados”, explica Gustavo Lima.
O engenheiro de pesca diz também que não será
de imediato que os extrativistas terão o retorno da produtividade.
“Formalizamos o projeto para que, no prazo de um ano, eles possam superar a
marca de cindo toneladas, mas é preciso seguir à risca a técnica do manejo
sustentável. Estamos aos poucos sensibilizando nosso público para que haja uma
adesão cada vez maior”, reforça.
Uma alternativa que está sendo aos poucos
difundida entre os extrativistas de camarão é o ingresso na piscicultura. Dois
projetos já foram elaborados e internalizados no agente financeiro, e aguardam
liberação, para povoar dois tanques escavados com tambaqui. A estimativa é que
sejam pescadas quatro toneladas de pescado no término do primeiro ciclo
produtivo.
Fonte: AGPA.