A falta de energia elétrica nas comunidades
ribeirinhas de Gurupá levou centenas de moradores a buscar informações e
discutir o programa do governo federal “Luz Para Todos”, na audiência pública
promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
Agroextrativistas do município, na Colônia de Pescadores Z-49.
O encontro também foi para cobrar de
representantes e parlamentares que estiveram presente e pedir mais celeridade
no processo para que a luz elétrica saia definitivamente do papel e das discussões,
e chegue para todos.
O prefeito de Gurupá, Raimundo Nogueira e
vereadores ouviram as demandas de representantes de associações quilombolas,
pescadores, extrativistas e demais comunidades que habitam a zona rural de
Gurupá.
O prefeito Nogueira explicou que o poder
municipal não irá medir esforços para somar na realização do projeto, por meio
de parcerias, em Belém e em Brasília, e cobrar de quem for necessário.
Também estavam na audiência os deputados
estaduais Airton Faleiro e Lélio Costa, osdeputados federais Zé Geraldo e Beto
Faro,e representantes da FETAGRI (Carlos Augusto) e INCRA (Nazareno Santos),
membros do Comitê Gestor Luz Para Todos, que esclareceram os objetivos de cada
instituição no programa e tiraram dúvidas da população, conforme iam surgindo
perguntas.
Segundo informou o deputado federal Beto
Faro, para que a energia elétrica chegue às regiões ribeirinhas, terá o custo
médio, por domicílio,de 15 a 40 mil reais.
Na audiência foram apresentadas algumas
informações de gastos que a população ribeirinha tem com energia elétrica,
produzida a partir de grupos geradores que consomem combustível. Segundo os
dados, o gasto médio de uma família, durante quatro horas de energia, gera um
custo de R$ 327,38 por mês.
Esse consumo chega a custar R$ 3.928,56 por
ano.Maior parte desses domicílios está localizada em áreas isoladas do
município, na Ilha Grande de Gurupá.
Também apresentaram um mapa-imagem do linhão
que sai da Usina Hidroelétrica de Tucuruí para Altamira e segue para Almeirim,
Oriximiná, no Pará, passando por Itacoatiara e Manaus, já no estado do
Amazonas. O linhão também leva energia para o estado do Amapá.
“O governo federal não pode passar o linhão
em cima do município de Gurupá e nos deixar na escuridão”, questionou o morador
de Gurupá, Edgar Pantoja.
“Não é só para assistir televisão que estamos
lutando pela energia na região. Nós precisamos dela para produzir e garantir
merenda às escolas, e isto depende de energia elétrica”, questionou Maria José,
líder comunitária da região do Pucuruí (Reserva Extrativista Gurupá-Melgaço) e
integrante do Movimento de Mulheres.
Segundo Carlos Augusto da FETAGRI, o Programa
Luz Para Todos é o maior programa de inclusão social e infraestrutura do
governo federal, na Amazônia brasileira, que visa melhorar a vida das pessoas,
gerando emprego e renda na região.
Durante o debate, o presidente do Sindicato
de Trabalhadores Agroextrativistas de Gurupá, Heraldo Pantoja, mencionou a
precariedade do serviço de energia elétrica que é prestado pela Celpa à
população do Pará, e informou que a empresa foi convidada oficialmente para a
reunião. A Celpa respondeu, por meio de nota, que “não foi possível
comparecer”.
Esta é a terceira audiência pública que
discute o Programa Luz Para Todos, com as comunidades de Gurupá.Em 2013 foram
realizadas outras duas audiências. Cerca de 600 pessoas se inscreveram no
Programa, no último sábado.
Atualmente apenas 205 famílias que habitam a
zona rural das estradas são contempladas no Luz Para Todos, programa lançado
pelo governo federal em 2003. Há previsão para que mais 207 famílias dessa
região sejam incluídas ainda este ano.
Fotos: Orlando Dias
Texto e edição de fotos: Rui Pena