Conciliar os estudos com ensino
profissionalizante é o desejo de muitos jovens. E isto já é realidade para
alunos de Gurupá no Pró-Jovem Campo - Saberes da Terra, projeto que além de dar
chance ao estudante de concluir a educação fundamental também o qualifica para
o trabalho no campo.
Em uma região onde predomina a economia
agroextrativista, o projeto é ideal para preparar profissionais nessa área.
“Assim desenvolvemos a elevação da escolaridade do aluno que deixou de estudar
e o qualificamos para o trabalho agrícola, num período de dois anos”, explica o
professor João Batista, biólogo, especialista em Educação no Campo e
coordenador do projeto.
O projeto do Ministério da Educação (MEC), que
tem parceria com a Secretaria de Educação de Gurupá (SEMED), funciona em regime
de alternância entre períodos de tempo-escola e tempo comunidade, com alunos da
zona urbana e rural do município. Na zona rural, as aulas são ministradas na
Casa Familiar Rural, no rio Uruaí, e em escolas da região do Tauari. No total
participam cerca de 150 alunos, divididos em cinco turmas.
Para o jovem participar, é necessário que
saiba ler e escrever, não tenha concluído o ensino fundamental e tenha entre 18
e 29 anos de idade. As disciplinas são trabalhadas aliando teoria e prática em
conhecimentos comuns ao currículo da modalidade EJA (educação de jovens e
adultos) de ciências humanas, ciências da natureza, linguagens, códigos,
agronomia e noções de empreendedorismo. Os alunos também aprendem a trabalhar a
reutilização de materiais.
O Pró-Jovem Campo conta hoje com 21
professores e técnicos da área agrícola e apoiadores. Além da SEMED, também a
Secretaria de Agricultura de Gurupá apoia fornecendo sementes para produção de
mudas. A produção dos alunos é comercializada e a renda volta para eles, como
incentivo ao empreendedorismo. O curso também auxilia no aumento da produção e
da qualidade dos produtos.
Texto e fotos: Rui Pena