Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), um agricultor de Gurupá, no Marajó, vem colhendo duas toneladas de mamão papaia por semana, em um município extrativista cuja tradição é importar frutas.
O agricultor João Batista, da comunidade São Pedro do Bacá, atendido pela Emater há quatro anos, mantém 4 mil pés de mamão em um hectare e meio. Ele também trabalha com hortaliças, citros e pimenta-do-reino. Os produtos abastecem a merenda escolar, as feiras e quitandas da região e o estado vizinho Macapá. O mamão é vendido em torno de R$ 1,50 o quilo, gerando lucro de até 70%.
O mamão encontrado no município costuma ser trazido de Belém por atravessadores e chega ao consumidor final por R$ 6 o quilo, em média.
Batista acabou de quitar um financiamento da linha Mais Alimentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com projeto da Emater e liberação do Banco do Brasil (BB), no valor de R$ 33 mil. Um novo projeto, agora no valor de R$ 40 mil, deve ser aprovado em breve. A propriedade em questão é considerada referência em fruticultura no município, onde a Emater realiza visitas e capacitações.
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Gurupá, o engenheiro florestal Ted Quemel, a associação do extrativismo e da fruticultura sustentável representa segurança alimentar e aproveitamento agroecológico e comercial das propriedades da agricultura familiar: “O Marajó tem um potencial incrível para a fruticultura porque valoriza a cultura alimentar da Amazônia, a saúde, as cadeias produtivas e os recursos naturais”, resume.
TEXTO: Aline Miranda