Quem procura o município de Salvaterra, no
arquipélago do Marajó, tem excelentes opções para curtir a estação mais
ensolarada do ano. Além da exuberante beleza natural, a cidade oferece uma boa
infraestrutura de hotéis, restaurantes e rica programação cultural.
O município fica relativamente próxima à
capital, o que faz com que o deslocamento até lá seja rápido e com custo
razoável – a viagem de navio, partindo do novo Terminal Hidroviário de Belém,
recém inaugurado pelo governo do Estado, dura cerca de três horas e custa em
torno de R$ 20 por pessoa.
Também é possível acessar a cidade por meio
de balsa que oferece o transporte de veículos, com preço de aproximadamente R$
170 por automóvel (incluída aí a passagem do motorista) e saída de Icoaraci. O
tempo de viagem é praticamente o mesmo feito pelo navio.
Todas essas facilidades têm atraído cada vez
mais turistas ao município, ávidos por aproveitar os muitos encantos desse
pedaço tão charmoso do Marajó. Foi o que fez, por exemplo, o casal de
aposentados Lazi e Raimundo Dias, casados há 39 anos. Apaixonados pela
natureza, eles passaram anos sonhando em conhecer melhor o arquipélago.
Realizaram o desejo neste ano, durante o
feriado da Semana Santa, em abril. Apaixonaram-se completamente por Salvaterra
e decidiram voltar, desta vez para um período maior, de dez dias. “Nós nos
apaixonamos pela ecologia, pelo mar, pela mata e, principalmente, pela
hospitalidade do povo daqui”, comentou Lazi, que aproveitou o sábado, 12, na
companhia do marido, na praia Grande, localizada no centro de Salvaterra.
Serviços - No local, o Governo do Estado
oferecia uma série de serviços para os veranistas. Homens da Coordenadoria
Estadual de Defesa Civil, por exemplo, faziam um trabalho de orientação sobre
as situações de desastre em que a entidade atua e as formas de prevenção.
Eles também distribuíam as famosas
pulseirinhas de identificação para crianças, a fim de facilitar a localização
de pais e responsáveis no caso de perda dos pequenos. A ação agradou, em cheio,
a dona de casa Franciele Pereira, que curtia a praia ao lado das duas filhas
menores. “Dá uma tranquilidade maior, um alívio mesmo. Eu nunca tinha sido alvo
desse trabalho, mas está mais do que aprovado”, afirmou.
O Corpo de Bombeiros também está presente na
praia com os guarda-vidas. De acordo com tenente Rodrigo Monteiro, desde o
início da operação, no dia 3 de julho, nenhum incidente foi registrado na praia
Grande. Para ele, o número de banhistas ainda deve aumentar nos próximos dias,
o que vai demandar ainda mais atenção por parte dos militares. “Talvez ainda em
função da Copa do Mundo e de uma própria tradição nossa, as pessoas estão
deixando para vir mais na segunda quinzena de julho, mas nós vamos permanecer
aqui durante o mês inteiro”, informou.
Já equipes da Coordenadoria Estadual de
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids, da Secretaria de Estado de Saúde
(Sespa), estão no arquipélago para orientar turistas e moradores locais acerca
dos perigos que envolvem as doenças sexualmente transmissíveis e distribuição
de preservativos.
Segundo a técnica Carmem Santos, apenas em
Salvaterra, neste final de semana, de quinta a domingo, estão sendo
distribuídos cerca de 7.200 preservativos masculinos. “A ideia é falar não
apenas sobre Aids, mas também sobre as outras doenças sexualmente
transmissíveis, como sífilis e hepatite viral, entre outras”, destacou.
A médica pediatra Alaíde Vieira, que está em
Salvaterra de férias com a família, trabalha na Santa Casa de Misericórdia do
Pará, em Belém, e diz que, normalmente após o recesso escolar de julho, é muito
comum aumentar o número de adolescentes grávidas que procuram o hospital para
fazer o acompanhamento obstétrico. “Daí a importância desse trabalho de
orientação, principalmente para a turma que está na adolescência”, pontuou.
Água boa: Paraíso escondido a 18 km da sede
de Salvaterra
Além dos balneários mais conhecidos, como a
praia Grande e a praia de Joanes, Salvaterra esconde surpresas capazes de
agradar até aos turistas mais viajados. Um belo exemplo disso é a praia da Água
Boa, localizada na Vila de Água Boa, a cerca de 18 quilômetros da sede da
cidade, cujo principal acesso é uma estrada de chão, que corta a estrada que
leva para Joanes e tem cerca de quatro quilômetros de extensão.
A praia é extremamente bonita, ladeada,
também, por pequenos igarapés e conta com boa infraestrutura de restaurantes e
bares. A comida é variada, mas os cardápios, em geral, dão bastante destaque
para ingredientes regionais, como os peixes, o camarão, e o queijo do Marajó.
De acordo com o comerciante Alexandre Souza,
proprietário de um dos restaurantes mais famosos do local, a praia da Água Boa,
durante muito tempo, era um recanto frequentado apenas por moradores da própria
cidade de Salvaterra. Até hoje, boa parte dos visitantes vem das redondezas,
mas, há cerca de três anos, com a chegada da energia elétrica sistematizada,
turistas de outras partes do Estado e até do País começaram a descobrir as
belezas do local, que realmente impressiona.
Ainda assim, o movimento é pequeno, se
comparado a outros balneários que lotam nesta época do ano. “O movimento
normalmente aumenta na segunda quinzena de julho, quando devemos receber mais
de seis mil pessoas por final de semana”, estima. No início do mês e no resto
do ano, o clima é de muita paz e tranquilidade.
Foi justamente isso que atraiu para o local o
casal castanhalense Sônia Monteiro e Manoel Botelho. Eles também sonhavam em
conhecer Soure e Salvaterra, o que concretizaram há dois anos. Na ocasião,
foram à praia do Pesqueiro, em Soure, e à Joanes, em Salvaterra. Decidiram
voltar neste ano, com uma ideia na cabeça: buscar os recantos menos conhecidos
da maioria dos turistas.
Receberam indicações de amigos e foram parar
em Água Boa. Não se arrependeram. “A tranquilidade e a beleza foram os
atributos que mais nos chamaram a atenção. Mas não podemos deixar de falar no
povo daqui também, que é muito hospitaleiro e recebe a todos muito bem. As
pessoas estão sempre com um sorriso no rosto”, ressaltou Sônia.
Essa tranquilidade toda também é garantida
pela presença do Corpo de Bombeiros na praia. Neste ano, os militares chegaram
ao local no último dia 4. Para o subtenente Mário Barroso, o movimento ainda
deve crescer bastante, mas o número de ocorrências – até agora zerado –, não.
“Fazemos um trabalho de orientação, alertando para os riscos que correm
principalmente as crianças no mar e as pessoas que exageram na bebida
alcoólica, o que tem gerado um resultado muito bom, tanto aqui, quanto nas
outras praias onde estamos atuando”, enfatizou.
Fonte: AGPA.