A
Caravana Pro Paz chegou nesta terça-feira (27) ao município de Saltaverra, na
ilha do Marajó. A procura pelos 23 serviços oferecidos pelo projeto foi grande
e começou cedo, às 6 horas. Mais de quatro mil atendimentos foram feitos no
primeiro dia do mutirão na cidade.
O
estudante Milen Moraes, 17 anos, foi um dois atendidos no primeiro dia. Ele só
tinha a certidão de nascimento, e aproveitou o mutirão para tirar a primeira
via do RG, CPF e carteira de trabalho. Com os documentos em mãos, o jovem não
escondeu a alegria em ter os direitos de cidadão assegurados, e de graça.
O
atendimento de cidadania – com a emissão de RG, CPF, carteira de trabalho,
foto, certidão de nascimento e atendimento jurídico – está sendo feito na
Escola Estadual Salomão Matos, onde permanece até quarta-feira (28). Quem
precisou do atendimento na área da saúde, como consultas, exames e testes
rápidos, teve de atravessar para Soure, onde o ferry boat com consultórios está
atracado. O município, em parceria com o governo do Estado, oferece o transporte
da população, para facilitar o acesso aos serviços.
"Essa
parceria foi muito importante, porque proporcionou o acesso da população aos
serviços, já que o barco estava impossibilitado de atracar em Salvaterra, onde
não há trapiche. Foi um problema técnico, mas conseguimos garantir o
atendimento dos moradores da cidade", explicou a coordenadora do Pro Paz
Cidadania, Cláudia Vinagre.
A
travessia de uma cidade a outra dura cerca de 15 minutos. Um barco está à
disposição da população para cruzar o rio Paracauari. O aposentado Raimundo
Felipe Bezerra, 70 anos, fez a viagem em busca de uma consulta médica com o
clínico geral. O médico detectou manchas escuras na pele dos braços do paciente
e o encaminhou imediatamente ao dermatologista. O idoso saiu aliviado, ao saber
que o problema era apenhas uma alteração causada por anos de exposição ao sol.
Umas
das especialidades mais procuradas foi neurologia. Andreia Barroso, 43 anos,
levou o cunhado para se consultar. Há três anos ele sofreu um acidente vascular
cerebral (AVC), e desde então nunca mais tinha ido a um especialista. "Ele
quase não fala e anda com dificuldades, mas não tínhamos como levá-lo para
Belém, então ele se tratava aqui com um clínico geral. Essa consulta foi uma
bênção. Agora poderemos dar continuidade nos tratamento", explicou.
O
setor da pediatria estava lotado de crianças e pais. A servidora Valnira Abud,
da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), se destacava no atendimento.
Com um sorriso no rosto, ela dava carinho, cantava músicas infantis e fazia
brincadeiras para distrair os pacientes. "Amo o que faço, amo esse
projeto, e tudo que posso fazer por essas crianças é me doar. Tudo que posso
dar a eles é isso, todo o amor que eu tenho dentro de mim", frisou.