A família da adolescente Sandra Érica
Gomes, de 15 anos, sofre desde que ela nasceu com os problemas de saúde da
jovem. Moradora da zona rural do município de São Sebastião da Boa Vista, na
ilha do Marajó, Érica não se desenvolveu como as outras crianças: não anda, não
fala e tem dificuldades de exercer as tarefas mais simples, como ficar sentada.
Apesar do quadro grave, os pais nunca tiveram condições de buscar tratamento
para a menina, que sequer tinha o Cartão Nacional de Saúde, o chamado cartão
SUS, que facilita o acesso à rede de atendimento do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Neste sábado (7), o pai da adolescente, o
pescador Benedito Gomes, 53 anos, decidiu pegar a pequena canoa da família e
navegar por mais de uma hora, até a sede da cidade, onde estão sendo oferecidos
os serviços de saúde e cidadania da Caravana Pro Paz. Ao chegar, deparou-se com
os servidores do governo do Estado envolvidos no mutirão, que tentaram, de
todas as maneiras, facilitar o atendimento da numerosa família.
Além de fazer todo o procedimento para a
emissão da carteira de identidade da Érica, os funcionários também encaminharam
a jovem para a retirada do cartão SUS (feito pelo município) e, em seguida,
para o atendimento médico dentro da embarcação do Pro Paz. O pai até se
surpreendeu com a iniciativa. “Nunca pensei que iria encontrar uma equipe tão
maravilhosa para nos receber. Aqui, onde a gente mora, esse tipo de atendimento
é muito difícil”, contou. A jovem também foi contemplada com uma cadeira de
rodas entregue pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). “A minha
filha não anda, mas nunca tivemos condições de comprar uma cadeira dessas para ela”,
completou o pescador.
Uma das servidoras que atuaram no
atendimento da família foi a papiloscopista da Polícia Civil Célia Cordeiro,
responsável pelo serviço de emissão de carteira de identidade na caravana. Ela
se emocionou com a situação. “O trabalho que estamos fazendo aqui é de uma
importância singular, porque sabemos que o acesso a certos tipos de serviço só
pode ser concluído a partir do momento em que a pessoa tem a carteira de
identidade. No caso dessa família, especialmente, vimos a grande necessidade
pela situação da moça, que não tem nem como se locomover. Essa é a parte social
do trabalho, o que, pessoalmente, me deixa extremamente satisfeita, porque sei
que estamos dando a nossa parcela de contribuição para melhorar a vida dessas
pessoas”, ressaltou.
Saúde – A mesma ideia tem o pescador Anísio
Santana, 36 anos, que também aproveitou a passagem do mutirão por São Sebastião
da Boa Vista para levar a esposa e a sobrinha para atendimento médico com um
neurologista. “Para nós, é fundamental, porque esse tipo de serviço não existe
aqui na cidade e a gente precisa demais”, avaliou.
O servidor municipal José Ferreira, 55
anos, fez questão de avisar a todos os parentes e amigos sobre a caravana na
cidade, a fim de que todos pudessem usufruir dos serviços oferecidos. “Sem
dúvida, a saúde é uma das principais áreas em que um governo deve atuar. É por
isso que admiro o governo Jatene, por sei do compromisso e da responsabilidade
que ele tem com o povo, principalmente nesse campo”, opinou.
A Caravana Pro Paz esteve em São Sebastião
da Boa Vista nesta sexta-feira (6) e permanece até o fim de sábado. Apenas no
primeiro dia de atendimento, foram mais de 1,1 mil consultas médicas (nas
especialidades de clínica geral, ginecologia, cardiologia, pediatria, urologia,
neurologia, reumatologia, endocrinologia e dermatologia); 3,3 mil unidades de
medicamentos distribuídas; 184 exames laboratoriais e 706 procedimentos
realizados na área de cidadania, entre atendimentos jurídicos (77), fotografias
(109) e emissões de documentos (520).
A próxima cidade a receber os serviços do
mutirão é Curralinho, onde o atendimento ocorre nesta segunda (9) e terça-feira
(10).
FONTE :AGPA