Que o búfalo é um símbolo do arquipélago do
Marajó todo mundo, ou pelo menos todo paraense, já ouviu falar. Mas, quem nunca
esteve na região não consegue entender, de fato, a importância desse animal
para o cotidiano da ilha. Em Soure, por exemplo, o bubalino é utilizado até no
combate à criminalidade. Lá, existe o chamado policiamento a búfalo, feito pelo
8° Batalhão de Polícia Militar e composto, hoje, por oito animais e oito
homens.
De acordo com o responsável pelo trabalho, o
cabo PM Cláudio Vitelly, os animais que atuam no policiamento são da raça
carabao, originária do Oriente, e têm, em média, oito anos de vida e cerca de
uma tonelada de peso. “As principais características dessa raça são a força e a
tração. No caso aqui do Marajó, eles ajudam muito, principalmente no combate ao
roubo de gado, já que chegam a locais onde os cavalos, por exemplo, não
conseguem chegar. Os búfalos são excelentes nadadores”, explicou.
Quando não estão em alguma ação específica,
os bubalinos fazem policiamento ostensivo na sede da cidade de Soure, patrulham
a orla do município e, em determinados momentos de folga, também encantam os
turistas. Foi este o caso da universitária Cleiciane Costa, de 20 anos. Natural
do Estado do Amapá, ela nunca havia estado no arquipélago do Marajó, mas, neste
ano, a convite do marido, o engenheiro elétrico Dugan Maciel, 48, decidiu
conhecer a região e, em especial, o município de Soure. A primeira impressão
foi justamente sobre os búfalos que circulam livremente pela cidade. “Achei bem
diferente de tudo que já tinha visto, especialmente esses que atuam no
policiamento”, destacou.
Atração – Ainda em Soure, só que desta vez na
praia do Pesqueiro – um dos mais importantes e visitados balneários da cidade –
um outro búfalo também chama a atenção dos veranistas. É o “Conquista”, um
animal de quatro anos de idade que pertence à família do pescador Rosiel
Ferreira, de 20 anos. No local, o animal serve como atração turística, sendo
muito requisitado para tirar fotos com os visitantes.
Rosiel cobra R$ 3,00 por foto com o bubalino.
Segundo ele, no auge do período das férias, chega a faturar mais de R$ 200 por
dia com “Conquista”. “No resto do ano, o movimento é fraco, mas a gente sempre
vem aos feriados e finais de semana”, contou, acrescentando que o búfalo recebe
um tratamento todo especial quando não está “trabalhando”. “Ele come ração e
descansa bastante”, detalhou.
A aposentada Sarah Londres e a sobrinha dela,
a universitária Samira Costa, são de Belém e têm parentes em Soure. Em passeio
pela praia do Pesqueiro, neste domingo, 13, elas não resistiram ao charme do
“Conquista” e decidiram tirar uma foto com o animal. “Além de muita paz e tranquilidade, essa
praia ainda nos oferece surpresas como essa. Fiquei com um pouco de medo, mas
decidi arriscar mesmo assim. O búfalo foi muito dócil comigo”, enfatizou.
Bem perto dali, quem também estava
aproveitando as belezas naturais da praia do Pesqueiro era a técnica
administrativa Ana Paula Carvalho, de 37 anos. Moradora da cidade de São Luís,
no Maranhão, ela sempre vem ao Pará, onde tem parentes. Nestas férias, trouxe a
filha recém-nascida, Maria Júlia, de apenas três meses de vida, para conhecer
os avós e os pontos turísticos de Soure. Assim, neste domingo, 13, Maria Júlia tomou
seu primeiro banho de praia em terras marajoaras. “Aqui é muito tranquilo e
como era algo que já queríamos fazer, aproveitamos. A Maria Júlia gostou muito
da experiência”, garantiu Ana Paula.
Enquanto o bebê fazia sua estreia na praia,
homens do Corpo de Bombeiros orientavam os banhistas mais experientes a terem
cuidado com os ataques de arraias, bastante comuns nesta época do ano naquela
região. “Como as arraias estão em período de reprodução, elas ficam bastante
por aqui, no entanto, os acidentes só acontecem quando o mar está mais calmo,
por isso, orientamos os banhistas que prestem atenção nisso e que evitem deixar
as crianças sozinhas em poças d’água, onde elas também podem aparecer”, alertou
o soldado Luciano Souza.
Fonte: AGPA.