Setur espera que 5 mil visitantes de outubro estiquem até Soure
e Salvaterra.
O Círio de Nazaré é o maior
evento turistico do Pará e deverá atrair cerca de 80 mil turistas este ano. A
maioria deles são paraenses que aproveitam o evento para prestigiar a santa e
retornar às suas casas. Apenas 26,4 mil (33%) são turistas que solicitam
hospedagens e a maioria deles chega na sexta que antecede a grande procissão, e
já retorna no domingo, no dia do Círio. Assim, poucos ficam para esticar mais
dias no Pará. Dos que ficarem aqui, pelo menos cinco mil poderão procurar a
ilha do Marajó como destino turistico, em especial Soure e Salvaterra. Na ilha,
as atrações são as praias, com água doce e salgada; a característica do lugar,
que na região oriental é de campos e, em época de seca, permite o passeio nas
fazendas; e as belezas da natureza, como a fauna e flora; as lendas e a cultura
marajoara; e a culinária. Os dados são resultado de estudos feitos pela
Secretaria de Turismo do Estado do Pará (Setur-PA). Com isso, segundo Joy
Colares, secretário adjunto da Setur-PA, o Círio de Nazaré atrai de forma
residual turistas para a ilha do Marajó. “Em julho deste ano, houve aumento de
procura pelo Marajó - Soure e Salvaterra - em 40% em relação ao ano passado.
Mas o Círio ainda não atrai a quantidade de
turistas que a Setur deseja,
porque, embora seja o maior evento turístico no Pará, ainda traz como público
paraenses que retornam às suas casas e ficam nas casas de amigos e parentes.
Para este ano esperamos 80 mil turistas em Belém. É a mesma expectativa do ano
anterior em razão da crise econômica que o país vive. Essa é a visão mais
otimista e igualar a quantidade de visitantes já é uma satisfação”, disse
Colares. Ainda segundo ele, o órgão realiza ações de incentivo às empresas para
aumentar a permanência do turista em Salinas e na ilha do Marajó, em especial
Soure e Salvaterra, principais opções no Pará. “Estamos há dois anos fazendo um
trabalho para que as empresas operadoras de turismo, especialmente de Belém, se
apropriem da oportunidade dos turistas estarem na cidade e façam com que ele
prolongue sua estadia, no mínimo, por mais dois dias aqui. As estatísticas
mostram que a maioria dos turistas chega na sexta e já retorna no domingo. Para
isso, ao longo do ano, trabalhamos com a divulgação em eventos turisticos e
feiras, sites e redes sociais, fazendo convite à imprensa que escreve sobre
turismo durante o Círio, para o qual convidamos 12 profissionais”. Alguns
entraves para atrair o turista para Soure e Salvaterra, como o transporte, já
foram superados e a Setur atua em parceria para buscar
novos atrativos. “A ilha do
Marajó, que é nosso principal destino no Pará e o maior problema que tínhamos
era em relação ao acesso, que era precário e lento. Porém, hoje já resolvemos
isso com a disponibilidade de, no mínimo, cinco opções de lanchas rápidas e
confortáveis para Soure e Salvaterra. Nosso desafio ainda é a infraestrutura na
qualidade dos hoteis e urbana dessas cidades. Com a rodovia estadual
repavimentada, que vai até Cachoeira do Arari, PA154, estamos desenvolvendo
nesses três municípios (Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari) a rota do
queijo do Marajó, para tentar conseguir a identificação geográfica, em parceria
com Sebrae e Emater, para transformar isso em produto para ser comercializado
no Brasil inteiro”, afirmou o secretário adjunto da Setur-PA.
CAPACITAÇÃO Ele citou também que
a Secretaria possui programa que trabalha a capacitação da mão de obra local.
“Atuamos em conjunto à população, que pode ser empregada nos restaruantes e
hoteis, como guias turísticos, as fazendas desenvolverem hospedagem para os
turistas que gostam do turismo ecológico e de fazenda, o turismo rural”. Aniello
Gentile, presidente da Associação de Turismo do Marajó e vice-presidente do
Foro Regional de Turismo do Marajó (Foremar), que existe há 18 anos, destacou
que as entidades atuam em parceria com o órgãos federais, estaduais e
municipais, para que não somente o período do Círio de Nazaré seja uma ocasião
ao desenvolvimento do turismo em Soure e Salvaterra, mas ao longo do ano e
também nos demais municípios da ilha (Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Chaves,
cachoeira do Arari, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras,
Portel, Santa Cruz do Arari e São Sebastião da Boa Vista). “A região é
procurada antes e depois do Círio tanto pela população local quanto turistas. O
Círio é uma grande oportunidade para desenvolver a sustentabilidade na região
para ajudar na geração de atividades que resultem em emprego e renda à
população local. No entanto, precisamos também capacitar a população local e
colocar todo o Marajó no mapa turístico, e não somente Soure e Salvaterra. Para
isso, estamos em contato frequente com o Ministério do Turismo e a Setur, e
precisamos do envolvimento das administrações locais também. Isso começa com a
criação do Conselho Municipal de Turismo, que estamos construindo por meio de
reuniões com esses entes e com diálogo com as empresas. Fazemos também
planejamento e levantamento das características e atrativos de cada município.
Mas, em geral, o potencial na ilha é a natureza e a gastronomia”, enfatizou
Aniello Gentile.