Cerca de duzentos candidatos estão inscritos para o enduro do
cavalo marajoara em Soure, nos dias 29 e 30 de setembro, um dos mais
concorridos torneios equestres do Marajó que exige uma perfeita simbiose entre
cavalo e cavaleiro ou amazona, já que a corrida é aberta às mulheres.
A disputa faz parte da programação do 2º Festival do Cavalo
Marajoara, uma promoção da Prefeitura Municipal com apoio do trade turístico e
de empresários locais, resgatando uma velha tradição que soma destreza,
resistência e técnica dos montadores e das montarias, num percurso de 160
quilômetros
pelos campos áridos da
região.
A corrida parte da cidade de Cachoeira do Arari e corta as
fazendas do Marajó até a localidade de Cuieras, onde há o pernoite, descanso
dos competidores e dos animais e avaliação dos veterinários quanto às condições
físicas dos cavalos. Para competir, o cavaleiro deve ter mais de 18 anos e
pesar acima de 55 quilos. Muitos competidores fazem dieta antes da corrida para
poupar o animal e ter mais chance de vitória. Cavaleiro obeso dificilmente se sagrará
vencedor.
No segundo dia, cavalo e cavaleiro alimentados e descansados,
partem para imprimir ritmo maior e buscar a liderança, enquanto alguns vão
ficando pelo caminho e sendo atendidos pela guarnição da saúde, que companha
todo o enduro.
Em Soure, em torno do palanque armado pela Prefeitura, um
grande público está atento às notícias que chegam dando conta dos cavaleiros que
tomaram a frente prestes a cruzar a linha de chegada.
Geralmente, apenas um ou dois cavaleiros destacam-se no
pelotão de frente tornando a reta de chegada emocionante e com o público
vibrando e torcendo muito.
Paralelo à corrida, a Prefeitura realiza o enduro de ciclismo
nos mesmo moldes da primeira, também para ambos os sexos; provas de corrida de
cavalo com percurso de 300 metros, e de
sela rápida, mostrando a destreza do montador; corrida de búfalo num percurso
de 100 metros; prova da argola que consiste
no cavaleiro atingir o aro com uma lança em maior velocidade e por fim, o basquete sobre
cavalos; uma prova de destreza, força e equilíbrio. disputado por seis atletas
em cada equipe.
A luta marajoara, onde os atletas disputam sua força em uma
arena de terra de forma arredondada, é tradicional do Marajó e lembra os
embates greco romanos. Sagra-se vencedor o lutador que conseguir derrubar seu
oponente com as costas no chão.
O prefeito Guto Delgado, que é produtor rural e participa da corrida de cavalo, promete
bons prêmios aos vencedores e acredita em eventos dessa natureza para atrair
turistas e manter vivas a tradição e a cultura marajoara, que vem de mais de
três séculos.
"O evento contribui para a auto estima de nossa gente e
sua maneira de vida, atrai turistas que movimentam a economia e promove a
região no Brasil e no mundo", constata o prefeito.