Peritos do Museu Paraense Emílio Goeldi e da ONG Bicho D’Água
começaram a examinar, neste domingo, os restos do filhote de baleia jubarte
encontrado na quinta-feira (21), no Arquipélago do Marajó. Os exames indicarão
a causa da morte do animal. Os restos da baleia deverão compor um museu em
Soure, município onde foi encontrado. A necrópsia na baleia prossegue, como resultado
de uma parceria entre a Prefeitura de Soure e o Museu Goeldi, com participação
de uma bióloga da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município, que já
permitiu a coleta dos primeiros materiais para a análise. A partir das ações
dos técnicos, já se sabe que era um filhote macho, medindo 8,40 metros. O
filhote tinha se emancipado da mãe há pouco tempo, de acordo com os
especialistas. Equipes de pesquisa agora tentam dar corpo a uma campanha para
que toda parte óssea do animal possa permanecer em Soure. A ideia é que o
esqueleto da baleia possa compor o acervo do Museu de Soure. Pesando cerca de
dez toneladas, o cadáver da baleia jubarte foi encontrado em Soure na noite do
dia 21. Segundo a mastozoologista Renata Emin Lima, do Projeto Bicho d’Água,
que integra as ações do Museu Paraense Emílio Goeldi, essa espécie não é
estranha ao litoral brasileiro, mas tem ocorrência rara na costa do Pará,
sobretudo nessa época do ano e com a idade que o animal possuía. As baleias
jubartes costumam migrar durante o inverno, da Antártida, no mês de julho, e
podem ser vistas na costa brasileira, principalmente na região Nordeste - uma
reconhecida área de reprodução e parto. Não costumam, porém, se deslocar até a
região Norte. Os registros de jubartes no Pará são raros ao longo da história e
sempre envolvem animais adultos. A área onde o filhote de baleia foi encontrado
é de difícil acesso, dentro de um mangue em Soure, próximo ao Morro do Padre.
Possivelmente, o fato de o animal não ter sido encontrado em área de praia, mas
costa adentro, pode ter relação com as elevações das marés verificadas nos
últimos dias. Na semana passada, foram registradas marés altas em Salinópolis,
Marudá e até em Belém.
Fonte: O Liberal |