Com pouca visão, Raimundo da Silva Santos,
de 74 anos, aproveitou para procurar atendimento na Caravana de Cirurgias
Oftalmológicas do Pro Paz, que neste domingo, 2, esteve no município de Soure,
no Marajó. Ele tinha catarata e foi submetido a uma cirurgia. “O atendimento
foi super rápido e agora eu quero voltar a ler a Bíblia”, disse.
A caravana fica até esta segunda-feira, 3,
na cidade. No primeiro dia, a procura foi grande e, às 5 horas da manhã, a equipe
do Pro Paz iniciou o cadastramento dos pacientes, que em seguida eram
encaminhados para os consultórios médicos e, se necessário, para o bloco
cirúrgico. Neste primeiro dia de atendimento foram realizados cerca de 900
atendimentos, entre consultas e cirurgias.
Maria Thais Nascimento foi acompanhada do
filho Matheus, de 11 anos. Os dois foram consultados por um oftalmologista. O
menino não tinha nenhum problema de visão, já dona Maria vai precisar mudar o
grau dos óculos. “Graças a Deus a 'vista' do meu filho está normal. Eu já
estava com dificuldade para enxergar, meus óculos eram 'pra longe', agora
preciso de um 'pra perto'”, falou.
Já Givanildo Souza, de 25 anos, saiu do
consultório e foi direto para a carreta cirúrgica. Ele tinha pterígio (carne crescida)
há 5 anos. A doença já estava ocasionando problema de visão. Na fila de espera
para a cirurgia, ele estava ansioso. “Espero que essa cirurgia seja um sucesso
para que possa enxergar melhor, pois é muito difícil contar com esse tipo de
atendimento aqui no Marajó. Temos que ir para Salvaterra para contar com
atendimento de um médico particular”, disse.
Dona Maria Nascimento, 63 anos, foi
submetida à cirurgia de catarata. Depois de cerca de 15 minutos no bloco
cirúrgico, ela saiu entusiasmada. "Não ajudava nos afazeres da casa porque
não enxergava direito e agora a minha 'vista' está muito melhor. Eu tinha
certeza de que isso ia acontecer”, falou.
Kátia Cilene, de 43 anos, foi submetida à
cirurgia de pterígio no olho esquerdo há quatro anos. Na caravana
oftalmológica, o procedimento foi realizado no olho direito e agora ela faz
planos de voltar a estudar. “Já havia feito uma cirurgia na visão, agora
aproveitei a oportunidade para fazer no olho direito. Minha 'vista' era ruim e
tinha muita dificudade de ler, ano passado não consegui fazer a prova do Enem
por causa desse problema, agora eu espero enxergar muito melhor para continuar
os meus estudos e fazer vestibular ainda este ano”, declarou.
Pterígio e catarata são as doenças mais
comuns entre os pacientes, mas o índice de pessoas com glaucoma, que é a
segunda maior causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata,
também tem sido elevado. De acordo com o médico Diogo Neto, 90% das pessoas que
têm a doença não sentem nada, só quando a visão já está muito prejudicada. “A
única forma de tratar o glaucoma é baixar a pressão do olho, então a gente usa
colírio, laser ou cirurgia. O grande problema dessa situação é que esses
pacientes precisam ter acompanhamento para o resto da vida”.
Nos casos em que o paciente tem glaucoma,
os setores de regulação dos municípios estão agendando acompanhamento para
Belém. “Os pacientes serão encaminhados para continuarem o atendimento em Belém
durante todo o tratamento. Essa é uma preocupação do Governo do Estado, dar
continuidade ao serviço que estamos desenvolvendo aqui no Marajó”, disse
Viviane Bernardes, coordenadora da Sespa.
Everton Luiz, 57 anos, tem glaucoma
avançado, ele já estava usando colírio, mas há 2 anos não fazia acompanhamento.
“Eu esperava que o colírio que estava usando resolvesse o problema, mas o
médico já prescreveu um novo remédio e agora eu espero não ficar cego, vou
fazer o acompanhamento em Belém”, explicou.
Fonte: AGPA